Na última quarta-feira (6) o Pleno do Tribunal de Justiça
do Estado do Amapá (TJAP), recebeu mais uma denúncia formulada pelo Ministério
Público do Estado (MP-AP) contra os deputados Moisés Souza e Edinho Duarte,
além de servidores daquele poder e também empresários. Em apenas quatro meses é
a quinta denúncia que a justiça recebe contra os parlamentares, servidores do
legislativo empresários acusadas de envolvimento em diversos crimes contra a
administração pública, notadamente os de corrupção ativa e passiva, fraudes a
licitações, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
Em outubro passado o TJAP recebeu a primeira denuncia. Na
ação os deputados Moisés Souza e Edinho Duarte são acusados de comandarem um
esquema criminoso que resultou no desvio de mais de R$ 5 milhões dos cofres
públicos da Assembleia Legislativa em contratos fraudulentos com a Cootram para
locação de veículos leves e pesados. De acordo com a procuradora-geral do
Ministério Publico, Ivana Cei, quando ocupavam os cargos de presidente e 1ª secretário
respectivamente, os parlamentares ordenavam e assinavam os cheques
indevidamente pagos. Nesse mesmo período, os deputados gastaram mais de R$ 5
milhões com aluguel de veículos, pagos com verba indenizatória.
Além dos parlamentares o MP-AP denunciou 14 servidores da
assembléia e um do Banco do Brasil no limite da participação de cada um no
esquema, pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, peculato,
falsidade ideológica, fraude em licitações, corrupção passiva e falsidade
documental.
Em dezembro o Tribunal de Justiça recebeu nova
denúncia formulada pelo Ministério Público contra os deputados estaduais Moisés
e Edinho Duarte, além de servidores da Casa. Os acusados respondem por formação
de quadrilha e fraude em licitação, na contratação da empresa Informaneger
LTDA. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa R$ 7 milhões.
Ainda em dezembro o TJAP recebeu a terceira denuncia
contra Moisés e Edinho, além da subprocuradora da AL, advogada Gláucia
Dias, e o presidente da Comissão Permanente de Licitação – CPL da AL, Janiery
Torres. Os quatro são acusados pelo MP-AP de terem promovido a locação de um
imóvel, por meio de contrato firmado com a empresa Auzier ME, de propriedade da
esposa do parlamentar Eider Pena, vereadora eleita Edna Auzier, sem a
observância das normas para licitação e contratos com a administração pública
(Lei. nº 8.666/93).
Pelo aluguel, a Casa de Leis desembolsa a importância
mensal de R$20 mil. A desembargadora Sueli Pini salientou que a AL não realizou
cotação de preços para firmar um contrato mais vantajoso ao público. A
Procuradoria-Geral do MP-AP argumentou que imóvel semelhante poderia ser
alugado por até R$11 mil, valor bem inferior ao preço praticado no contrato em
análise.
Em janeiro de 2013 o pleno do TJAP recebeu a quarta
denuncia contra os dois parlamentares. Informações extraídas de Inquérito Civil
demonstram que a Assembleia Legislativa (ALEAP), nos anos de 2011 e 2012, na
gestão dos denunciados Moisés Souza e Edinho Duarte, manteve contrato
fraudulento com a empresa Tapajós Agência de Viagens para fornecimento de
passagens aéreas. Para isso, foi firmado, em 23 de março de 2011, em caráter
emergencial, ou seja, com dispensa de licitação, um contrato no valor de R$ 2
milhões de reais, com vigência até setembro daquele ano.
Além disso, a ação do MP revela em detalhes que os parlamentares também fizeram uso de verba indenizatória para restituir despesas com passagens aéreas.
Além disso, a ação do MP revela em detalhes que os parlamentares também fizeram uso de verba indenizatória para restituir despesas com passagens aéreas.
Na ultima denuncia recebida pelo do pleno do TJAP até o
momento, os deputados estaduais Edinho Duarte e Moisés Souza, e mais onze
pessoas respondem por atos ilícitos praticados na contratação da Cooperativa de
Transportes do Amapá – TRANSCOOP. As investigações foram com base nos autos do
Processo Administrativo nº 024/2011-PRESI/AL, informações bancárias e prova
testemunhal.
De acordo com informações do MP-AP, a contratação da
Cooperativa foi comandada por Moisés Souza e Edinho Duarte, e realizada
supostamente em caráter de emergência, sob o argumento de atender às
necessidades de deslocamento de servidores e deputados até os municípios do
Estado.
A fraude ganhou ainda mais sustentação quando o
presidente da TRANSCOOP, espontaneamente, revelou o esquema de fraude à
licitação com o direcionamento da contratação e o pagamento pela Assembleia Legislativa
do Amapá (ALEAP) por serviços não prestados, ou seja, a TRANSCOOP não
apresentou nenhum veículo para locação pela ALEAP.
Além de receber as respectivas denuncias, o judiciário
afastou em junho passado os dois deputados da direção da assembléia, e ainda
tornou indisponível seus bens. Em novembro passado o deputado estadual
Moisés Souza teve o seu pedido liminar em habeas corpus negado pelo ministro do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) Jorge Mussi. O deputado Moisés Souza também
perdeu no Supremo Tribunal Federal. A decisão de indeferimento partiu do
ministro Ricardo Lewandowsky, nesta semana.
O remédio constitucional visava, também, o trancamento do
processo penal que está em trâmite, contra o deputado.
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