Diário do Amapá
Conhecido pela postura crítica ao Palácio do Planalto, o
senadorRandolfe Rodrigues (Psol-AP) ingressou formalmente nessa semana no
Bloco de Apoio ao Governo, grupo partidário formado por PT, PDT, PSB, PCdoB e
PRB e que dá sustentação à presidente Dilma Rousseff no Senado. A entrada foi
formalizada na última quarta-feira, 20, e chegou a ser comemorada pela senadora
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), com um "Seja bem vindo senador!!!",
postado no twitter.
O ingresso no grupo, porém, segundo o parlamentar, foi
necessário devido a um "golpe" de colegas, que poderia impedi-lo de
permanecer em comissões importantes. A despeito da mudança, o senador reiterou
ao G1 que manterá sua posição de "independência" no Parlamento.
"A incorporação ao bloco de apoio ao governo é uma formalidade. A minha
posição política não muda nada – e o bloco tem conhecimento disso. A entrada
ocorreu em virtude da limitação da minha atuação parlamentar por força da nova
regra de proporcionalidade", disse Randolfe.
O "golpe" apontado por Randolfe foi uma mudança
na composição partidária do Senado, que rege a ocupação de cadeiras nas
comissões temáticas, onde se concentram as discussões sobre os projetos de lei
que tramitam na Casa. A composição das comissões segue a ordem da
proporcionalidade, em que partidos – ou grupos de partidos aliados, os blocos –
com mais senadores têm direito a mais vagas; e as menores legendas, a menos
cadeiras.
Ocorre que, desde 2011, Randolfe se tornou o único
parlamentar do Psol no Senado, depois que Marinor Britto (Psol-PA) teve que
deixar o mandato para dar lugar a Jader Barbalho (PMDB-PA). O peemedebista
assumiu o mandato porque, em março daquele ano, o Supremo Tribunal Federal
julgou inválida a aplicação da Lei da Ficha Limpa em 2010, que inicialmente o
havia barrado. Pelo mesmo motivo, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e João Capiberibe
(PSB-AP), outrora impedidos, também assumiram seus mandatos, mudando a
configuração partidária da Casa. Por causa das substituições, há duas semanas,
líderes dos blocos partidários pediram ao novo presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), a revisão do cálculo – hoje defasado – que distribuiu as
vagas para cada partido e bloco no início de 2011.
"É um golpe que me obriga a me incorporar",
afirmou Randolfe Rodrigues. Por conta da entrada no bloco, ele ganhou
assento nas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania, de Educação e de
Relações Exteriores.
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