O coletivo político 'Socialismo e Liberdade' (Csol), que
é uma tendência interna do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), nesta segunda
(2), se manifestou contrário à reunião entre o senador Randolfe Rodrigues
(PSOL/AP) com a presidenta Dilma Rousseff. Na sua página na internet, a facção
afirma que o parlamentar desrespeitou mais uma vez a democracia interna do partido.
Randolfe teria desobedecido a uma resolução da Executiva Nacional psolista, que
havia decidido não comparecer à reunião.
Na postagem 'Senador Randolfe escolheu o seu lado. Não nos representa!',
a corrente política faz duras críticas à forma de agir do senador amapaense,
sugerindo que ele teria traído o movimento das ruas quando compareceu à reunião
com a presidenta Dilma.
"A decisão individual de Randolfe ultrapassa todos
os limites aceitáveis. A juventude de todos os cantos do país se levantuou em
manifestações cotidianas, espontâneas ou não, demonstrando sua rebeldia contra
os governantes e as péssimas condições de vida. A militância do PSOL está
envolvida em cada uma dessas lutas em defesa de direitos da juventude e da
classe trabalhadora. Randolfe, a partir da escolha de hoje, se insurge contra a
instância partidária legítima, como se coloca do lado oposto ao da militância
aguerrida do PSOL e ao das centenas de milhares de pessoas que saíram às ruas
nas últimas semanas".
Segundo a Csol, não seria a primeira vez que o senador
pelo Estado do Amapá contraria a direção partidária assumindo posturas
individualistas que não representam a visão do PSOL.
"Essa não é a primeira vez que Randolfe desrespeita
as instâncias e destoa do perfil partidário que defendemos. Desde as alianças
eleitorais firmadas com partidos da ordem no Amapá até a absurda decisão de
compor a bancada governista no Senado, Randolfe demonstra que, para ele, mais
valem alguns segundos na imprensa nacional do que a defesa da coerência
ideológica de um partido socialista e de oposição de esquerda ao governo".
Por que não conversar com Dilma
Para o PSOL, a forma com que o Planalto vem conduzindo as
negociações com as "ruas" tem produzido muito mais efeitos midiáticos
do que reais avanços sociais e políticos no País. Por esse motivo, nesse
momento, o partido negou-se a conversar com o governo.
"Esse diálogo não é o que interessa aos
movimentos e ao PSOL. Esse não é o diálogo que exigem as ruas que se levantaram
nas manifestações de junho. Por isso, defendemos que o PSOL não vá falar com
Dilma. Que a única consequência da presença do partido num diálogo com a
presidenta, nesse momento de enfraquecimento do Planalto, seria estender ao
governo uma tábua de salvação num momento de dificuldade provocado pelas
manifestações que o questionam. E esse não é nosso papel!".
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