sábado, 26 de janeiro de 2013

Depois do reconhecimento pela ALAP, 'A Banda' terá novidades em 2013

“PRA VER A BANDA PASSAR”

Tudo começou no ano de 1965, na Sede do Amapá Clube, com um grupo de amigos que resolveu criar um bloco em forma de repúdio contra a atitude de um governador da época contrário a candidatura de Deputado Federal de Janary Nunes. O grupo foi feito para apoiar Janary.

Naquele tempo, a música de campanha do candidato era ‘A Banda’, de Chico Buarque, cantada por Nara Leão, que imediatamente os organizadores fizeram dela um hino nacional e o nome ‘Banda’ foi dado ao bloco de sujos de Macapá.

No primeiro ano foram para as ruas aproximadamente 15 pessoas, com o tradicional cinturão asfáltico. Ao chegar à frente da Sede do Macapá Clube os brincantes se depararam com uma escolta policial que evitou a conclusão da caminhada, pois sabiam que o Bloco era contra o candidato do governador, da revolução. Nesse mesmo dia aconteceria o tradicional desfile de blocos, onde o governador da época prestigiava. Munidos de convicção, os meninos voltaram para a Sede do Amapá Clube, lá as forças foram renovadas e avigoraram a idéia de continuar o Bloco. Conclusão: Janary ganhou a eleição, a população adotou a Banda e ela tomou força. No ano seguinte 200 pessoas marcaram presença e hoje são mais de 120 mil brincantes que se divertem na caminhada pelas ruas de Macapá.

Violência

Antigamente existiam as gangues que ao invés de diversão levavam a tristeza, briga e até mortes para o corredor da folia. Porém, de acordo com Savino, fundador da Banda, estes fatos negativos não existem mais. “A violência é praticamente zero na Banda hoje, e isso nos gratifica porque vemos que a população participa positivamente”, conta ele completando que isso é graças aos órgãos de segurança do Estado, comandando pela Polícia Militar, que realiza um trabalho ostensivo. “Essa conquista se deve ao fato da credibilidade que a Banda conquistou ao longo dos seus mais de 40 anos que hoje se pode dizer que ela é uma utilidade pública, um patrimônio cultural de toda a comunidade macapaense.

Reconhecimento

Falando em utilidade pública, foi aprovado o Projeto de Lei 0037/2012, de autoria do deputado Bruno Mineiro que tomba a Associação dos Brincantes e Simpatizantes do Bloco de Sujos A Banda, como Patrimônio Histórico Cultural do Estado do Amapá. E ainda, através da Lei 0966, de 31 de março de 2006, de autoria do Deputado Paulo José, foi aprovada na Assembleia Legislativa, que A Banda foi declarada de Utilidade Pública no âmbito do Estado do Amapá. “Este é o maior título que uma instituição como a nossa poderia receber”, disse Savino ressaltando que a entidade vem todos os anos realizando o carnaval de inclusão, proporcionando a todos que brinquem de graça, nas ruas e avenidas de Macapá. “O nosso abadá, a nossa fantasia é o sorriso exposto no rosto. A Banda tem o seu valor!”.

Teatro

Savino conta que A Banda tem uma nova missão: a implantação do Teatro Professor Antonio Munhoz Lopes. A diretoria da instituição reuniu, chegou a conclusão que ela precisaria de um Centro Cultural e foi iniciado um projeto em construí-lo. O Governo do Estado doou um terreno e a bancada federal disponibilizou a emenda.

Serão dois pavimentos: o primeiro composto com auditório para 250 pessoas para trabalhos com teatro, música e afins. No segundo andar terão salas para aulas de informática atendendo as crianças da comunidade. Os banheiros será todos adaptados, rampas de acesso para receber os deficientes. “Pretendemos ainda firmar parceria com o SENAI para fornecer o curso de costureira para as mães dessas crianças com certificado. Nossa intenção é a parceria com todos”.

Novidades para 2013

Para a terça-feira “gorda” de carnaval já está tudo pronto para a comunidade levar alegria pelas ruas de Macapá. Serão 10 trios elétricos, 15 pontos fixos de som em todo o percurso transmitido pela 90.9 FM. E ainda, arquibancada em toda a extensão do terreno da Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares totalizando 200 metros, e um palco para a equipe de profissionais da Escola privilegiando também idosos e crianças.

Os bonecos

Os bonecos são uma atração a parte! No primeiro ano que a Banda saiu, o grupo de brincantes encontrou na esquina do Estádio Municipal Glicério Marques um rapaz carregando uma grande boneca Cutião (como era conhecido) entrou e se misturou com os outros 15 participantes. Savino, então, batizou de Chicona a nova integrante, homenagem a uma enfermeira muito bonita que tinha a fisionomia parecida com a da boneca. A moça não hesitou e aprovou o batismo, ficando como referência folclórica de Macapá. Como é normal no curso da vida, as pessoas casam, constituem família, têm filhos e isso não foi diferente com a Chicona. O professor Munhoz realizou a cerimônia de casamento dela com Anhanguera e o casal teve três lindos filhos: Arizinho, Iracema e o Cutião (homenagem ao criador da boneca).

Este ano, os bonecos estão sendo confeccionados em Recife e farão homenagens a algumas personalidades do Amapá, como Raimundo Adamor Picanço (conhecido como Wanderlei), já falecido e que também dedicou parte de seu tempo para confeccionar o boneco Anhanguera.

Percurso

Com um trajeto de cinco quilômetros, a caminhada terá concentração a partir das 14 horas na Presidente Vargas (com São José) depois circula pela Cândido Mendes, Henrique Galúcio, Tiradentes, Feliciano Coelho, Leopoldo Machado, Avenida FAB e finaliza na rua São José na Praça do Barão com grande show da Banda Placa.

Monalisa Kato


Canal Legislativo

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