Entre os dias 20 e 28 de abril, a Universidade Federal do Amapá (Unifap)
e a Organização Não - Governamental S.O.S Cidades, promovem na cidade de Macapá
o maior encontro de estudantes e professores do curso de arquitetura e
urbanismo da América Latina. Sob o nome de "SOS Cidades Macapá", o
evento está em sua 11ª edição em 2013 e vai reunir 28 universidades e faculdades
de seis países latinos: Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai, Argentina e Perú.
As comitivas chegam à Macapá no dia 20. A abertura oficial do evento será na
próxima segunda-feira, 22, às 10h, no Teatro das Bacabeiras. A organização
local estima que 350 pessoas participem dos nove dias de debates. O encontro
entre estudantes, professores e representantes do pode público persegue duplo
objetivo. O primeiro é proporcionar alternativas para resolver problemas de
infraestrutura e urbanismo da cidade de Macapá. Além disso, pretende promover o
intercâmbio acadêmico, cultural e social entre os participantes.
Para nortear os convidados estrangeiros a respeito dos principais problemas
enfrentados pela capital amapaense, grupos de estudantes da Unifap, Centro de
Ensino Superior do Amapá (Ceap) e Faculdade de Macapá (Fama) ficaram
responsáveis por elaborar diagnósticos situacionais das dificuldades
urbanísticas enfrentadas pelo município macapaense. A partir das primeiras
observações, os acadêmicos elaboraram projetos relacionados a planos urbanos e
estudaram a legislação vigente sobre o assunto.
Os trabalhos, acompanhados de relatórios com imagens, foram enviados as demais
universidades e faculdades para ciência de professores e alunos. "No S.O.S
Cidades existe uma seleção criteriosa para a escolha dos universitários
participantes. Esses terão o desafio de promover um projeto urbanístico para a
cidade sede visando seu desenvolvimento municipal e regional", afirmou o
coordenador local do evento, professor Elizeu Santos.
Ao longo da semana haverá debates, palestras e visitas técnicas aos locais que
serão alvo dos projetos. Grupos de trabalhos entre acadêmicos e professores das
universidades brasileiras e estrangeiras farão propostas urbanísticas apontando
para soluções dos problemas diagnosticados. A coordenação estimativa que 12 a
15 grupos sejam formados, o que corresponderá ao mesmo número de projetos.
O principal ponto de trabalho será de interferência urbana. "Porém",
argumenta Elizeu Santos, "pode ser que venha a ocorrer algum projeto de
arquitetônico". A exemplo da edição anterior, ocorrida na cidade de
Manaus-AM, as áreas de ressaca terão atenção maior. "Em Manaus houve
um olhar criterioso sobre os canais urbanos e áreas alagadiças. Vários projetos
foram pensados para esses ambientes e alguns são executados atualmente pelo
poder público", informou Elizeu Santos.
Outra característica comum entre Manaus e Macapá é a forte influência das
populações de ilhas no entorno da capital. Em 2012, um projeto pensado pelos
grupos de trabalhos durante o "S.O.S Cidades Manaus" proporcionou o
início da construção de um pequeno porto fluvial para embarque e desembarque
das pessoas oriundas das ilhas mais próximas que aportam na cidade manauara. A
ideia, segundo o coordenador local do evento, é que esses projetos sejam
objetos de conhecimentos do poder público.
Todo o material que surgir do encontro será doado pela Unifap e SOS Cidades ao
governo e prefeitura, que serão encarregados de executá-los, ou não. "A
possibilidade de o Amapá receber um olhar técnico apurado é bem vindo, pois os
alunos são coordenados por professores com larga experiência nos seus campos de
atuação. A resposta em termos de projetos pode ser muito boa para o estado nos
seus diversos problemas", apontou Elizeu Santos.
Para o coordenador, o legado irá além dos projetos, a lição em executar a
extensão universitária pode proporcionar grandes benefícios à população local.
"Isso requer uma valorização e confiança na academia pelo poder público.
Por que não levar essas experiências aos municípios do interior e, dessa forma,
colaborar com as prefeituras? Esse será o desafio após o evento",
finalizou.
Kleber Soares
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