quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estudantes de arquitetura e urbanismo da América Latina buscam soluções para resolver problemas de Macapá.

Entre os dias 20 e 28 de abril, a Universidade Federal do Amapá (Unifap) e a Organização Não - Governamental S.O.S Cidades, promovem na cidade de Macapá o maior encontro de estudantes e professores do curso de arquitetura e urbanismo da América Latina. Sob o nome de "SOS Cidades Macapá", o evento está em sua 11ª edição em 2013 e vai reunir 28 universidades e faculdades de seis países latinos: Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai, Argentina e Perú.

As comitivas chegam à Macapá no dia 20. A abertura oficial do evento será na próxima segunda-feira, 22, às 10h, no Teatro das Bacabeiras. A organização local estima que 350 pessoas participem dos nove dias de debates. O encontro entre estudantes, professores e representantes do pode público persegue duplo objetivo. O primeiro é proporcionar alternativas para resolver problemas de infraestrutura e urbanismo da cidade de Macapá. Além disso, pretende promover o intercâmbio acadêmico, cultural e social entre os participantes.

Para nortear os convidados estrangeiros a respeito dos principais problemas enfrentados pela capital amapaense, grupos de estudantes da Unifap, Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap) e Faculdade de Macapá (Fama) ficaram responsáveis por elaborar diagnósticos situacionais das dificuldades urbanísticas enfrentadas pelo município macapaense. A partir das primeiras observações, os acadêmicos elaboraram projetos relacionados a planos urbanos e estudaram a legislação vigente sobre o assunto.

Os trabalhos, acompanhados de relatórios com imagens, foram enviados as demais universidades e faculdades para ciência de professores e alunos. "No S.O.S Cidades existe uma seleção criteriosa para a escolha dos universitários participantes. Esses terão o desafio de promover um projeto urbanístico para a cidade sede visando seu desenvolvimento municipal e regional", afirmou o coordenador local do evento, professor Elizeu Santos.

Ao longo da semana haverá debates, palestras e visitas técnicas aos locais que serão alvo dos projetos. Grupos de trabalhos entre acadêmicos e professores das universidades brasileiras e estrangeiras farão propostas urbanísticas apontando para soluções dos problemas diagnosticados. A coordenação estimativa que 12 a 15 grupos sejam formados, o que corresponderá ao mesmo número de projetos.

O principal ponto de trabalho será de interferência urbana. "Porém", argumenta Elizeu Santos, "pode ser que venha a ocorrer algum projeto de arquitetônico". A exemplo da edição anterior, ocorrida na cidade de Manaus-AM, as áreas de ressaca terão atenção maior.  "Em Manaus houve um olhar criterioso sobre os canais urbanos e áreas alagadiças. Vários projetos foram pensados para esses ambientes e alguns são executados atualmente pelo poder público", informou Elizeu Santos.

Outra característica comum entre Manaus e Macapá é a forte influência das populações de ilhas no entorno da capital. Em 2012, um projeto pensado pelos grupos de trabalhos durante o "S.O.S Cidades Manaus" proporcionou o início da construção de um pequeno porto fluvial para embarque e desembarque das pessoas oriundas das ilhas mais próximas que aportam na cidade manauara. A ideia, segundo o coordenador local do evento, é que esses projetos sejam objetos de conhecimentos do poder público.

Todo o material que surgir do encontro será doado pela Unifap e SOS Cidades ao governo e prefeitura, que serão encarregados de executá-los, ou não. "A possibilidade de o Amapá receber um olhar técnico apurado é bem vindo, pois os alunos são coordenados por professores com larga experiência nos seus campos de atuação. A resposta em termos de projetos pode ser muito boa para o estado nos seus diversos problemas", apontou Elizeu Santos.

Para o coordenador, o legado irá além dos projetos, a lição em executar a extensão universitária pode proporcionar grandes benefícios à população local. "Isso requer uma valorização e confiança na academia pelo poder público. Por que não levar essas experiências aos municípios do interior e, dessa forma, colaborar com as prefeituras? Esse será o desafio após o evento", finalizou.


Kleber Soares

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