O Governo do Amapá propõe a construção de uma nova
Política Florestal para o Estado com base nas diretrizes do novo Código
Florestal Brasileiro. É com este foco que membros de todos os setores ligados
ao setor florestal estão participando do curso Política Floresta, que ocorre no
período de 25 de fevereiro a 1º de março, nos horários de 14h30 às 18h, na
Escola de Administração Pública (EAP).
Este trabalho se iniciou no ano passado, a partir de uma
proposta desenhada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), Secretaria de
Estado do Meio Ambiente (Sema) e Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento
Territorial do Amapá (Imap).
O curso, conduzido pelo professor Dr. José de Arimatéia
Silva, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), tem por
objetivo capacitar e apresentar propostas para a elaboração da Política
Estadual Florestal do Amapá.
A capacitação é o resultado de um acordo de Cooperação
Técnico-Científica celebrado entre a Fundação de Amparo a Pesquisa da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o Governo do Estado do Amapá
(GEA).
Nesta segunda-feira, 25, primeiro dia do curso, foi
apresentado o projeto "Fortalecimento da Gestão Florestal do Amapá",
o qual desencadeia inúmeras ações, tais como a capacitação do corpo técnico do
governo, a revisão da estrutura organizacional dos órgãos quanto às suas
competências relacionadas à política florestal, a revisão de instruções
normativas sobre manejo de várzea, reposição florestal, entre outros.
O professor Arimatéia mencionou que o Brasil, em 2008,
firmou convênio com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), na qual tem um mecanismo de apoio à formulação de Políticas
Florestais Nacionais e das unidades federadas. Posterior à consolidação do
Plano Nacional de Florestas, o país priorizou a formulação das Políticas
Florestais para estados das regiões Norte e Nordeste.
Sergipe é o primeiro Estado do Nordeste a ter essa
política formalizada, enquanto que Pernambuco está finalizando, assim como os
estados do Acre, Amazonas e Pará estão em fase de construção. Embora as
peculiaridades e evolução de cada Estado nesse processo, todos deverão ser
ajustados à nova Lei Florestal. Diante desse contexto, o Amapá tem grande
chance de ser o primeiro Estado do Norte do país a ter uma Política Florestal
atualizada de acordo com o novo Código Florestal.
Para a diretora do IEF, Ana Euler, esse trabalho é
fundamental para o avanço do Estado na consolidação do setor produtivo florestal.
"A criação da Política Estadual de Florestas está conectada à Política
Nacional. Estamos trabalhando sob um olhar técnico científico e com a
participação da sociedade civil organizada, para que tenhamos uma política
consistente e adequada à realidade do Amapá", exemplifica Ana Euler.
Segundo o professor da UFRRJ, este processo de
planejamento é muito positivo para o Amapá. "Ter uma política formalizada
traz benefícios que podem definir o uso e proteção dos recursos em curto, médio
e longo prazo. Sem a normatização, as ações ocorrem de forma
descoordenada", explica ele, destacando ainda que o maior beneficiário dos
recursos florestais é a população.
"As pessoas têm um vínculo forte com o extrativismo,
com o uso dos recursos das florestas, o que proporciona geração de emprego e
renda, de forma planejada", afirma.
Por outro lado, os benefícios de serviços ambientais
ocorrem na medida em que a floresta é conservada e tem a manutenção do clima,
conservação dos solos e manutenção dos recursos hídricos.
Com relação aos beneficiários de serviços florestais, o
Amazonas, por exemplo, tem o programa Bolsa Verde, operado pela Amazônia
Sustentável e que remunera as pessoas pela proteção das florestas.
O Amapá já faz uma articulação nesse sentido. O
governador Camilo Capiberibe lançou em 2012, o Programa de Desenvolvimento da
Produção Extrativista do Amapá, conhecido como Pró-extrativismo, o qual propõe
pagamentos por serviços ambientais aos produtores extrativistas que manejam e
conservam suas florestas. Com a concretização desse plano, será incluída na
formulação da Política Estadual de Floresta.
Além de colaborar com este processo, os participantes
receberão certificado
reconhecido pela UFRRJ.
Crisler Samara/EAP
reconhecido pela UFRRJ.
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